História da Freguesia dos Olivais até ao Século XIX
A mais populosa freguesia lisboeta remonta ao XIV, à data de 1397, quando o Arcebispo de Lisboa, D. João Anes a 6 de Maio cria a paróquia e a freguesia no lugar onde teria sido construída nesse século a Igreja da Praça.
A lenda então existente falava da aparição da virgem no tronco oco de uma oliveira. Por isso o templo lhe foi dedicado e para o futuro ficou Santa Maria dos Olivais, a igreja e a freguesia. Durante 300 anos, esse tronco foi guardado como relíquia no altar até desaparecer em 1700. Uma bula emitida a 1 de Junho de 1400 pelo Papa Bonifácio IX confirmava a existência da freguesia., justificada pela presença de gente em número já expressivo. Antes disso, encontram-se registos de propriedades agrícolas pertencentes a comunidades religiosas e a mouros. Foram encontrados vestígios de ocupação ainda mais remotos, quando em 1964, durante a construção da Av. Marechal Gomes da Costa as escavadoras colocaram a descoberto restos de uma povoação/necrópole neolítica (ossadas, cerâmicas, moedas e uma sepultura completa da época romana).
Mas Olivais Velho só começou a estruturar-se no século XVI com a construção das casas em redor da Igreja matriz e na direção do rio, locais servidos por um pequeno ancoradouro denominado Porto de Sousa, onde atracavam as barcas de Sacavém que transportavam sal, telha e pedra para Lisboa, nascendo assim o primeiro núcleo urbano da região, habitada principalmente por agricultores. Estes trabalhavam nas propriedades dos arredores, pertencentes na maioria ás comunidades religiosas. A sua ruralidade deve-se também à existência das culturas cerealíferas, frutícolas e do pastoreio. No entanto, o vinho e o azeite eram as produções mais importantes. Nos Olivais, a primeira ordem religiosa a instalar-se foram os frades arábidos que fundaram o convento de S. Cornélio em 1674 na Quinta da Nossa Senhora da Estrela e de S. João. As ruínas deste convento deram lugar ao cemitério dos Olivais, projetado pelo Arquiteto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Quando este foi desmantelado grande parte das pedras que o constituíam foram depositadas na Quinta dos Condes dos Arcos, e distribuídas pelo jardim do Vale do Silêncio.
A partir do século XVII, a nobreza começa a instala-se nos Olivais, cativada pelo clima e "bons ares" ocupando algumas quintas até então pertença dos religiosos. Multiplicam-se as casas de campo e as quintas, as quais se ligavam por azinhagas. Dessa época apenas sobrevivem duas quintas que conservam apenas as suas casas originais: Quinta do Contador-Mor e a Quinta da Fonte do Anjo.
Na época áurea das quitas dos fidalgos, em finais do século XVIII, a povoação hoje conhecida por Olivais Velho era uma verdadeira aldeia. O terramoto de 1755, apesar de não ter provocado danos consideráveis, fizera ruir a igreja matriz, reconstruída logo de seguida. Só o cruzeiro ficou intacto. Nas traseiras o Campo da Feira passou a Rossio, o qual nas suas imediações viu crescer o casario e os primeiros arruamentos. A comunidade organiza-se agora num pequeno burgo, já não subsistindo exclusivamente do campo. Um registo de 1762 enumera entre as atividades dos seus habitantes: carpintaria, pesca, sapateiro, pedreiro, latoaria, entre outras. Perto do rio vivia-se da pesca, extração do sal e dos transportes fluviais. Os moinhos de D. Gareia, junto ao Tejo, foram com certeza uma instalação a funcionar pela força das marés. Na freguesia já se viam algumas industrias de saboaria, olaria e curtumes.
A lenda então existente falava da aparição da virgem no tronco oco de uma oliveira. Por isso o templo lhe foi dedicado e para o futuro ficou Santa Maria dos Olivais, a igreja e a freguesia. Durante 300 anos, esse tronco foi guardado como relíquia no altar até desaparecer em 1700. Uma bula emitida a 1 de Junho de 1400 pelo Papa Bonifácio IX confirmava a existência da freguesia., justificada pela presença de gente em número já expressivo. Antes disso, encontram-se registos de propriedades agrícolas pertencentes a comunidades religiosas e a mouros. Foram encontrados vestígios de ocupação ainda mais remotos, quando em 1964, durante a construção da Av. Marechal Gomes da Costa as escavadoras colocaram a descoberto restos de uma povoação/necrópole neolítica (ossadas, cerâmicas, moedas e uma sepultura completa da época romana).
Mas Olivais Velho só começou a estruturar-se no século XVI com a construção das casas em redor da Igreja matriz e na direção do rio, locais servidos por um pequeno ancoradouro denominado Porto de Sousa, onde atracavam as barcas de Sacavém que transportavam sal, telha e pedra para Lisboa, nascendo assim o primeiro núcleo urbano da região, habitada principalmente por agricultores. Estes trabalhavam nas propriedades dos arredores, pertencentes na maioria ás comunidades religiosas. A sua ruralidade deve-se também à existência das culturas cerealíferas, frutícolas e do pastoreio. No entanto, o vinho e o azeite eram as produções mais importantes. Nos Olivais, a primeira ordem religiosa a instalar-se foram os frades arábidos que fundaram o convento de S. Cornélio em 1674 na Quinta da Nossa Senhora da Estrela e de S. João. As ruínas deste convento deram lugar ao cemitério dos Olivais, projetado pelo Arquiteto Paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. Quando este foi desmantelado grande parte das pedras que o constituíam foram depositadas na Quinta dos Condes dos Arcos, e distribuídas pelo jardim do Vale do Silêncio.
A partir do século XVII, a nobreza começa a instala-se nos Olivais, cativada pelo clima e "bons ares" ocupando algumas quintas até então pertença dos religiosos. Multiplicam-se as casas de campo e as quintas, as quais se ligavam por azinhagas. Dessa época apenas sobrevivem duas quintas que conservam apenas as suas casas originais: Quinta do Contador-Mor e a Quinta da Fonte do Anjo.
Na época áurea das quitas dos fidalgos, em finais do século XVIII, a povoação hoje conhecida por Olivais Velho era uma verdadeira aldeia. O terramoto de 1755, apesar de não ter provocado danos consideráveis, fizera ruir a igreja matriz, reconstruída logo de seguida. Só o cruzeiro ficou intacto. Nas traseiras o Campo da Feira passou a Rossio, o qual nas suas imediações viu crescer o casario e os primeiros arruamentos. A comunidade organiza-se agora num pequeno burgo, já não subsistindo exclusivamente do campo. Um registo de 1762 enumera entre as atividades dos seus habitantes: carpintaria, pesca, sapateiro, pedreiro, latoaria, entre outras. Perto do rio vivia-se da pesca, extração do sal e dos transportes fluviais. Os moinhos de D. Gareia, junto ao Tejo, foram com certeza uma instalação a funcionar pela força das marés. Na freguesia já se viam algumas industrias de saboaria, olaria e curtumes.
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Em 1832-34, com a revolução Liberal, a aristocracia dá lugar a uma ascendente burguesia próspera no comércio e na industria, extinguindo as ordens religiosas. Em 1863, o Estado aboliu os morgadios, as quintas foram sendo abandonadas pela aristocracia e tomadas por rendeiros ou adquiridas por industriais. A instalação do caminho de ferro Lisboa-Carregado em 1856, provocou uma alteração radical nos Olivais. Dava-se inicio à era da industria.
Em Setembro de 1852, Olivais passou a Concelho, o maior do país, como consequência de uma remodelação administrativa. Com 22 freguesias, estendia-se de Loures a Arroios, integrando o Lumiar, o Campo Grande, o Tojal, Sacavém, Bucelas e Beato.
Em 1875, no conjunto das suas 22 freguesias, contavam-se 43 fábricas: cortiça, estamparia, barro, moagem de farinha, sabão, tecidos de algodão, tabaco, entre outras atividades desenvolvidas. Nos Olivais, concentravam-se principalmente as fábricas de estamparia e de tinturaria de algodões. Em 1874 inaugurou-se a fábrica que viria a modificar a vida de Olivais Velho: a fábrica de estamparias de Francisco Alves Gouveia, instalada na Rua das Casas Novas. Três anos após o seu inicio de atividade já empregava mais de duzentos operários. Para estes, em 1882, Francisco Gouveia mandou construir um bairro operário com habitações de renda económica ao lado da fábrica. Entretanto, o Concelho de Olivais, dificilmente governável, teve a sua sede em cinco locais diferentes. Resistiu cerca de cerca de 30 anos, sendo extinto em 1886.
No inicio do século XX, quando a rua operária de Alves Gouveia ficou pronta, o Largo do Rossio mostrava toda a sua agitação, sendo bastante concorrido. Em 1891, inauguraram-se um chafariz e um correto. num palacete localizado à saída da Praça vivia a Viscondessa D. Maria Rosa da Veiga Araújo que fundou em 1896 um asilo para crianças pobres. Em sinal de gratidão o Largo do Rossio passou a ter o nome da Viscondessa. A fabrica de Alves Gouveia acrescentou animação e gente. Naquela altura, faziam-se bailes, pic-nics, passeios a pé e assistiam-se aos concertos da banda da Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense, uma das instituições mais históricas dos Olivais, fundada em 1886. faziam-se festas em honra de S. Sebastião, onde as ruas, a Igreja e a Praça da Viscondessa se enfeitavam. Música, baile e fogo de artificio.
A presença de algumas unidades industriais, no espaço Olivais, implantava-se essencialmente até ao século XIX, mas aquilo que o caracterizava, então, eram as suas quintas. O limite geográfico atual dos Olivais continha vinte e três quintas, entre elas a da Galharda, a do Poço de Cortes e a da Graça, podendo-se ainda hoje encontrar os edifícios das Quintas do Contador-Mor, Fonte do Anjo e dos Condes dos Arcos.
Em Setembro de 1852, Olivais passou a Concelho, o maior do país, como consequência de uma remodelação administrativa. Com 22 freguesias, estendia-se de Loures a Arroios, integrando o Lumiar, o Campo Grande, o Tojal, Sacavém, Bucelas e Beato.
Em 1875, no conjunto das suas 22 freguesias, contavam-se 43 fábricas: cortiça, estamparia, barro, moagem de farinha, sabão, tecidos de algodão, tabaco, entre outras atividades desenvolvidas. Nos Olivais, concentravam-se principalmente as fábricas de estamparia e de tinturaria de algodões. Em 1874 inaugurou-se a fábrica que viria a modificar a vida de Olivais Velho: a fábrica de estamparias de Francisco Alves Gouveia, instalada na Rua das Casas Novas. Três anos após o seu inicio de atividade já empregava mais de duzentos operários. Para estes, em 1882, Francisco Gouveia mandou construir um bairro operário com habitações de renda económica ao lado da fábrica. Entretanto, o Concelho de Olivais, dificilmente governável, teve a sua sede em cinco locais diferentes. Resistiu cerca de cerca de 30 anos, sendo extinto em 1886.
No inicio do século XX, quando a rua operária de Alves Gouveia ficou pronta, o Largo do Rossio mostrava toda a sua agitação, sendo bastante concorrido. Em 1891, inauguraram-se um chafariz e um correto. num palacete localizado à saída da Praça vivia a Viscondessa D. Maria Rosa da Veiga Araújo que fundou em 1896 um asilo para crianças pobres. Em sinal de gratidão o Largo do Rossio passou a ter o nome da Viscondessa. A fabrica de Alves Gouveia acrescentou animação e gente. Naquela altura, faziam-se bailes, pic-nics, passeios a pé e assistiam-se aos concertos da banda da Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense, uma das instituições mais históricas dos Olivais, fundada em 1886. faziam-se festas em honra de S. Sebastião, onde as ruas, a Igreja e a Praça da Viscondessa se enfeitavam. Música, baile e fogo de artificio.
A presença de algumas unidades industriais, no espaço Olivais, implantava-se essencialmente até ao século XIX, mas aquilo que o caracterizava, então, eram as suas quintas. O limite geográfico atual dos Olivais continha vinte e três quintas, entre elas a da Galharda, a do Poço de Cortes e a da Graça, podendo-se ainda hoje encontrar os edifícios das Quintas do Contador-Mor, Fonte do Anjo e dos Condes dos Arcos.